José do Carmo (PMDB), prefeito de Aloândia, dois secretários e uma funcionária municipal foram afastados do cargo e tiveram decretados o bloqueio de bens para possível ressarcimento ao erário
Sinomar José do Carmo (PMDB), prefeito de Aloândia (a 137 km de Goiânia), é o sétimo prefeito suspeito de envolvimento no esquema fraudulento que resultou na deflagração da Operação Tarja Preta pelo Ministério Público de Goiás em 15 de outubro a ser afastado do cargo pela Justiça.
A decisão, do juiz Vinícius Oliveira, também afasta dois secretários municipais –– Renato Batista da Silva (Saúde) e Celso André Tibiriçá (Controle Interno); além da servidora Cinthya Carla do Carmo.
Somado o bloqueio de bens dos quatro por determinação do magistrado, o total é de R$ 165.957,47. Também foi declarado suspenso o efeito de todos os contratos celebrados com as empresas investigadas.
Os outros prefeitos afastados até o momento são Aurélio Mauro Mendes (PSDB), de Aragarças; Otair Teodoro Leite (PSDB), de Piranhas; Delson José Santos (PSDB), de Carmo do Rio Verde; Zilmar Florêncio Alcântara (PTB), de Inaciolândia, e Romário Vieira da Rocha (PR), de Corumbaíba.
Restam quatro liminares encaminhadas pelo MPGO com mesmo teor para serem analisadas pela Justiça. Se acatadas, devem ser afastados ainda os chefes do Executivo municipal de Perolândia - Neldes Beraldo Costa (PT); Cromínia - Marcos Roger Garcia Reis (PMDB); Perolândia - Neldes Beraldo Costa (PT), Cristóvão Tormim(PSD) e de Rialma - Janduhy Diniz Vieira Filho (PSDB) –– posto em liberdade na tarde desta terça-feira (22/10), pois os promotores de justiça não viam mais necessidade de mantê-lo detido após a oitiva. Em seu primeiro mandato, o tucano é suspeito de realizar compras emergenciais sem a devida comprovação de necessidade, tendo preferência de fornecimento e licitações para o suposto recebimento de propina.
A operação
A Operação Tarja Preta foi deflagrada pelo MPGO na terça-feira (15/10) com o intuito de averiguar um suposto esquema que teria desviado R$ 15 milhões dos cofres municipais de diversos municípios de Goiás e Mato Grosso por meio de vendas fraudulentas e superfaturadas de medicamentos. Estariam envolvidos prefeitos, secretários de Saúde, empresários e advogados.
Mais de 123 mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão foram expedidos para Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Goianira, Trindade, Aragarças, Barra do Garças (MT), Pontal do Araguaia (MT), Inaciolândia, Carmo do Rio Verde, Rubiataba, Ceres, Rialma, Rianápolis, Uruana, Corumbaíba, Cromínia, Israelândia, Matrinchã, Indiara, Perolândia, Aloândia, Luziânia, Araguapaz, Mozarlândia, Piranhas e Pires do Rio.
As apurações realizadas apontam indícios de prática de formação de quadrilha, formação de cartel, peculato, corrupção ativa e passiva, dispensa indevida e inexigibilidade de licitação.